BODIES IN SPACE – PROGRAMA ESPECIAL NANOLAB
Richard Tuohy e Dianna Barrie
A Mão de Etienne (Etienne’s Hand, Austrália, 2011, 13’, 16mm), de Richard Tuohy
Sinopse_ Um estudo de movimento de uma mão inquieta. Feito a partir de uma exposição de cinco segundos. Som construído a partir de uma antiga música folclórica francesa tocada em uma caixa de música com manivela.
Pancoran (Austrália, 2017, 9’, 16mm) de Richard Tuohy e Dianna Barrie
Sinopse_ O trânsito de Jacarta se move com o caos harmonioso de entidades auto-organizadoras complexas que estão em toda parte. Através da técnica de improvisação por impressora de contato (contact printer), esse transporte de massa se torna cada vez mais denso até que apenas a futilidade fluida do movimento/imobilidade permanece. O trânsito de Jakarta é uma prova do paradoxo do movimento.
O Último Trem (Last Train, Austrália, 2016, 12’, 16mm), de Dianna Barrie e Richard Tuohy
Sinopse_ Encontrado no (agora possivelmente perdido) arquivo cinematográfico de Lab Laba Laba, negativos do trailer do filme promocional indonésio “Kereta Api Terakhir” (O Último Trem), de 1981, derretem em uma sopa de perfurações químicas. Um filme sobre o silêncio que se segue ao indizível; sobre visões borradas, histórias não contadas e arquivos inacessíveis.
Baixa Visibilidade (Low Visibility, Austrália, 2019, 11’, 16mm), de Richard Tuohy e Dianna Barrie
Sinopse_ Trabalhadores da palavra, em coletes amarelos, construindo os sonhos de outras pessoas.
China não China (China not China, Austrália, 2018, 14’, 16mm), de Richard Tuohy e Dianna Barrie
Sinopse_ Passaram-se 20 anos desde a entrega de Hong Kong para a China; é o meio do caminho da planejada transição de 40 anos para a ideia de ‘um país, dois sistemas’. Taiwan, que outrora fez parte da China imperial, anteriormente foi Formosa, agora é República da China e está na beira de se tornar Província da China. Múltiplas exposições de cenas de rua distorcem o espaço e o lugar, criando uma sensação fluida de impermanência e transição, de dois estados em algum lugar entre China e não China.
PROGRAMA ESPECIAL DE ABERTURA
Pena Verde (Brasil, 2019, 5’55’’), de Louise Botkay
Sinopse_ Pena verde na casa de Cosme, Itaparica 2017.
Equipe_
Realização: Louise Botkay
Viva Jonas! (Estados Unidos/Brasil, 2019, 2’19’’), de Ж
Sinopse_ Parte de uma tímida homenagem ao mestre-menor.
Equipe_
Câmera: Xico França
Som: Akira
Música: Clementina de Jesus
Produção: .txt texto de cinema
Film-desing: Ж
Stakra (Estados Unidos, 2017, 4’50’’), de Sara Bonaventura
Sinopse_ Jornada mística e alucinatória de um sujeito resiliente, ainda não completamente seduzido pelas máquinas; entrelaçados em seu sistema de desafios, mas irradiando dinamismo enquanto luta pela sua autonomia. Ficar perdido, desmoronar, dividir, desaparecer e redefinir. Encontrando equilíbrio no meio. Uma coreografia processada com sintetizadores analógicos e um wobbulator, um tipo de monitor modificado.
Equipe_
Direção e Montagem: Sara Bonaventura
Perfomance: Annamaria Ajmone
Trilha Sonora: Von Tesla
Co-produção: Signal Culture
Pienkaupunkisinfonia: 96100-97690 (Finlândia, 2018, 10’49’’), de Panu Johansson
Sinopse_ “Pienkaupunkisinfonia: 96100-97690” é uma sinfonia da cidade e um curta-metragem experimental que desvenda Rovaniemi, a capital da Lapônia finlandesa. O filme não é apenas o resultado de anos de filmagens e observação atenta, mas também uma entidade na qual todos os detalhes capturados no filme – imagens, memórias, estações do ano e bairros – são inseridos nas retinas dos espectadores como um intenso fluxo cinético. Eventualmente, a massa granulada filmada forma um novo tipo de imagem nua da cidade, que também reflete em grande escala as verdadeiras paisagens nacionais da Finlândia: subúrbios cercados por florestas feitos de concreto.
Equipe_
Direção e Conceito: Panu Johansson
Fotografia: Panu Johansson
Edição: Panu Johansson
Música (guitarra & composição): Kimmo Keskinarkaus
Música (guitarra & composição): Petri Loukusa
Música (Baixo): Mika Vierimaa
Música (Bateria): Henri Peltola
Música (Teclado): Panu Johansson
Mixagem de áudio: Panu Johansson
Master de áudio: Ilkka Olander
Malogro (Argentina, 2019, 3’37’’), de Moira Lacowicz
Sinopse_ Documentário sobre a história dos Jogos Olímpicos manipulado com químicos corrosivos. A emulsão, junto aos atletas que compõem a película, geram distintos resultados rítmicos. Formato original: Super8mm.
Equipe_
Imagem/ Montagem: Moira Lacowicz
Áudio: Leonardo Zito
Transfer: Walter Pontes
Entretantos (Brasil, 2018, 1’53’’), de Sue Durden
Sinopse_ Um corpo que fala, que grita, que risca no asfalto seu manifesto.
Equipe_
Produção e Realização: coletivoMAI
Dançarina Intérprete: Jaqueline Andrade
Roteiro e Direção: Sue Durden
Direção de Fotografia: Fernanda Bizon
Narração/Voz Off: Lívia Cardoso
Edição e Montagem: Sue Durden
Tradução: Jordana Braz (Francês), Lorena Woolls (Espanhol), Vinícius Martins (Inglês), Marlon Atos (Inglês)
Buscando a luz / Caminhos de luz (Buscando la luz / Caminos de luz, Espanha, 2018, 4’03’’), de de Rrose Present
Sinopse_ Por que queremos iluminar tudo? Para saber tudo? Para informar tudo? Se pudéssemos criaríamos um mundo plano sem sutileza, mistério, nuances ou diferenças?
Precisamos da escuridão para ver as luzes dos caminhos ocultos “entre telas” fora do foco das grandes histórias, dos grandes motivos, das grandes economias que nos doutrinam com “clichês” culturais ou sofismas tecnológicos.
Procurando a luz que ilumina os caminhos “experimentais” de incerteza, da busca, da brincadeira, do aleatório… como sinais do caminho de nossas mortais e intransferíveis vidas.
Enquanto eu fazia esse trabalho como uma metáfora para o cinema experimental, meu pai morreu. Desejo que nós dois encontremos a luz de nossos caminhos de morte e vida. Homenagem a Oriol Perucho e meu pai.
Equipe_
Câmera, Edição e Som: Rrose Pesent
Música: Perucho’s album por Oriol Perucho
Neptuno (Argentina, 2019, 2’41’’), de Ernesto Baca
Sinopse_ Território desconhecido. Superfícies de filmes impregnados de pigmentos, molduras com pincel: com aquarelas e corroídas com água da chuva. Material gravado com gravuras. Cópia de contato com matrizes.
Equipe_
Realização: Ernesto Baca
Tupinambá Lambido (Brasil, 2018, 9’35’’), de Lucas Parente
Sinopse_ Tupinambá Lambido é o nome de uma campanha de cartazes lambe-lambe realizada por um grupo de artistas que vivem e trabalham no Rio de Janeiro. Os cartazes do grupo adotam o grande formato (3,20 por 1,90 metros) utilizados na divulgação de shows e eventos na cidade, porém subvertem essa mídia popular trabalhando com humor a resistência ao golpe de estado que levou à deposição da Presidenta Dilma Rousseff em 2016.
Equipe_
Direção e Edição: Lucas Parente
Produção: Renato Ranquine
Fotografia: Lucas Parente
Roteiro: Tupinambá Lambido
Cosmos Obscura (Estados Unidos, 2018, 4’), de Kate Balsley & Irina Escalante-Chernova
Sinopse_ Esse vídeo contém imagens em flash. Na Cosmos Obscura, o universo é ao mesmo tempo conhecido e inescrutável. Novos padrões, ritmos e metáforas são nascidas de outras mais antigas, e corpos celestiais conhecidos são refrangidos em formas estranhas e inusitadas.
Equipe_
Realização: Kate Balsley & Irina Escalante-Chernova
PERMANECENDO COM O PROBLEMA: RESISTÊNCIAS ECOLÓGICAS
A Fábrica (Brasil, 2018, 4’54’’), de Muriel Paraboni
Sinopse_ No horizonte nada além da copa de uma árvore e da chaminé de uma fábrica. Nos céus as nuvens cinzentas se confundem com a fumaça que flui sem parar. Este é o ponto de partida e de chegada para este ensaio visual, que explora as potencialidades ritmicas, associativas e sensoriais do glitch e da imagem digital para abordar as dicotomias entre estética e política, abstração e figuração, contemplação e pensamento. A Fábrica é uma peça de experimento minimalista que pode ser melhor definida pelo provérbio Zen resgatado como fundamento de trabalho por Jonh Cage: de tanto olhar para um mesmo objeto, ele acaba por revelar sua profundidade.
Equipe_
Criação e Direção: Muriel Paraboni
Produção: Véspera Visual Media
Trilha Sonora: Mescalibur & ono
Derrubada não! (Brasil, 2019, 23’27’’), de yann beauvais
Sinopse_ No contexto contemporâneo, onde as questões ambientais estão se tornando uma preocupação global, é importante identificar iniciativas individuais que colocam não só a consciência, mas também gestos em favor do nosso habitat. Derrubada não! toma como ponto de partida o “Projeto Imburana” desenvolvido pelo artista indígena pernambucano Atikum-Umã Edson Barrus como um ato que visa transformar um terreno em um santuário ecológico.
Equipe_
Edson Barrus, Beto Bezera e Severino Ananias de Sena
Imagem: yann beauvais
Música: Thomas Köner
Apoio: Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura, Governo do Estado Pernambucano
Athabasca (Suécia, 2019, 13’), de Michel Wenzer & Philippe Léonard
Sinopse_ Um poema audiovisual que flutua através de uma paisagem apocalíptica devorada por incêndios florestais boreais e pela exploração implacável de combustíveis fósseis. Gravado nas areias petrolíferas de Athabasca em Alberta, Canadá durante os incêndios florestais de 2016.
Equipe_
Direção: Michel Wenzer & Philippe Léonard
Produção: Alberto Herskovits
Música: Michel Wenzer
Imagem: Philippe Léonard
Montagem: Omar Elhamy & Philippe Léonard
Olhe bem as montanhas (2018, Brasil/França, 30’), de Ana Vaz
Sinopse_ A frase “Olhe bem para as montanhas!” foi cunhada pelo artista Manfredo de Souzanetto durante os anos de ditadura do Brasil. As atividades de mineração estavam destruindo o meio ambiente no estado de Minas Gerais, no sudoeste do país. Ana Vaz traça paralelos entre esta região e o distante Nord-Pas-de-Calais, no norte da França, também marcado por mais de três séculos de mineração. Ocas e evisceradas, as montanhas mineiras se tornam os receptáculos de memórias fantasmagóricas. Por outro lado, na França, as pilhas de lixo de mineração se transformam em reservatórios de biodiversidade, onde a fronteira entre a natureza e a tecnologia é agora indiscernível. O “olhar de perto” direciona o filme para detalhes sonoros e visuais nunca desconectados de seu alcance político: uma tomada do céu tirada do fundo de uma ravina é suficiente para evocar os fantasmas de povos indígenas erradicados, cuja caverna, no entanto, continua a ser pintada. (Charlotte Garson, Cinéma du Réel)
Equipe_
Realização: Ana Vaz
RITOS PARA UM NOVO COTIDIANO: ETNOGRAFIAS SENSORIAIS
Resistir Existir (Brasil, 2019, 5’12’’), de Lívia Sá.
Sinopse_ Resistir para poder existir é necessário. Este é um filme captado em Super 8mm no ano de 2019 na Bahia, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. O filme começa com uma imagem do Monte Pascoal, primeira “terra à vista” pelos portugueses, que iniciou o processo de colonização do país e consequentemente o extermínio dos povos indígenas. O filme documenta cenas do cotidiano que se contrapõem com cenas de resistência de diferentes povos indígenas durante um protesto em São Paulo. O filme conta com a narração de Leila Rocha Guarani Nhandeva (liderança do Ivy Katu/ Porto Lindo; Guarani-Kaiowás – Mato Grosso do Sul).
Equipe_
Realização: Lívia Sá
Florescendo (Blooming, China, 2019, 13’10’),
de Lingyun Zheng
Sinopse_ Florescendo é sobre amor e doença. Um pintor está desenhando as flores da primavera. Mas o rosado causa sua doença.
Equipe_
Direção e Roteiro: Lingyun Zheng
Produção: Mickey Liu Xuan Zheng
Elenco: Lang Zhang
Fotografia: Xuan Zheng e Lingyun Zheng
Edição: Lingyun Zheng
Música: Leo Zapplin
Consultor Técnico: Renato Tonelli
Água Forte (Portugal, 2018, 15’15’’), de Mónica Baptista
Sinopse_ Água Forte segue o curso de um rio, entrecruzando tempos distintos: o mitológico e o do ensaio – próprio dos diários de viagem. Desenhando, tal como a paisagem, um pensamento horizontal e colapsando por fim num objeto selvagem. Filmado na Amazônia em 16mm e revelado à mão.
Equipe_
Realização: Mónica Baptista
Obatala Film (Nigéria, 2019, 7’), de Sebastian Wiedemann
Sinopse_ O corpo re-existe e insiste, pois nunca é um envoltório fechado, mas sim canal de passagem e transe entre as mais diversas dimensões espirituais (Obatala Film). Filme-devoção, filme-oferenda. Filmado na mítica Ile-Ife, cidade sagrada do povo Yoruba e fundada pelos próprios Orixás, este filme procura afirmar de modo sensorial a vertigem de entrar em relação com Obatala, orixá criador do mundo, da luz. Transe de faíscas de luz, de corpos em conexão espiritual.
Equipe_
Realização: Sebastian Wiedemann
Hanoi, Old Quarter (Brasil, 2017, 3’45’’), de Priscyla Bettim e Renato Coelho
Sinopse_ No bairro antigo de Hanói / um filme em Super 8 / Trinta e seis vielas que se entrelaçam por mais de oitocentos anos / de fumaça / Motos e cerveja / & Ho Chi Min / Mais um filme / Super 8 / a câmera e a guerra
Equipe_
Realização: Priscyla Bettim & Renato Coelho
Kopacabana (Brasil, 2019, 13’33’’), de Marcos Bonisson e Khalil Charif
Sinopse_ Filme ambientado no bairro de Copacabana, elaborado através de uma colagem de imagens atuais e de arquivo (Super 8 e digital). Um trabalho experimental narrado pela fala significante do poeta Fausto Fawcett, e sonorizado pelo músico Arnaldo Brandão.
Equipe_
Direção: Marcos Bonisson & Khalil Charif
Texto e Voz: Fausto Fawcett
Trilha Sonora Original: Arnaldo Brandão
Imagens Super8: Marcos Bonisson, Khalil Charif
Imagens Super8 de Arquivo: Andreas Valentin
Imagens Digitais: Marcos Bonisson, Khalil Charif, Márcio Menasce
Edição de Imagens: Marcos Bonisson, Khalil Charif
Edição de Som: Lucas Demps
Tradução e Legendas: Steve Berg
Elenco: Fausto Fawcett, Agrippina R. Manhattan, Camila Botelho, Carol Azevedo, Chico Fernandes, Cristal Soledad, Marcos Bonisson, Maybelove, Stella Kranz.
PERCORRENDO PAISAGENS E LEMBRANÇAS: MEMÓRIA E SUBJETIVIDADE
Elegia / daí viemos (Elegy / whence we came, Estados Unidos, 2019, 14’08’’), de Alex Faoro
Sinopse_ No final da década de 1940, minha família se mudou do Brooklyn e comprou vários terrenos no noroeste de Nova Jersey. Nos anos seguintes, eles construíram várias casas por lá e criaram uma série de filmes caseiros documentando os eventos. Na primavera de 2019, meu pai e eu enterramos um rolo de 400 pés no quintal da minha avó, a mesma terra em que as imagens foram originalmente gravadas. Espelhando o caráter habitual desses filmes, Elegy combina processo ritualístico e experimentação formal para criar um poema reflexivo sobre tempo, memória e tradição.
Equipe_
Realização: Alex Faoro e Jeffrey Faoro
Uma história de terra natal – do outro lado do estreito (A homeland story: across the strait, Grã-Bretanha, 2019, 9’57’’), de Chun-yu Liu
Sinopse_ Uma história de terra natal – do outro lado do estreito é uma contemplação da diáspora, história e tempo. A filmagem foi realizada em um parque temático na visita da artista a Chongqing, China, de onde vieram seus avós Nacionalistas. Tudo o que existia no parque foi feito no estilo da época Nacionalista anterior a 1949, um grande entretenimento para os turistas, enquanto a artista, como a segunda geração diaspórica, tem que negociar a (im) possibilidade de voltar à história.
Equipe_
Câmera, Som, Edição, Texto: Chun-yu Liu
/ˈɪəri/ (Ruanda, 2017, 11’35’’), de Remy Ryumugabe
Sinopse_ Um homem confuso, seu passado ou seu presente, sonhos ou realidade, despertares falsos ou verdadeiros! Quem é quem? Ele não pode realmente dizer. Ele está apenas explorando uma situação estranha, para ver quem ou o que há para ser encontrado.
Equipe_
Fotografia: Remy RYUMUGABE
Edição: Remy RYUMUGABE
Produção: Jonas Bizimana
Elenco: Samuel Ntibeshya, Moise Mugisha, Jennifer Uwamurera, Penuel Gisubizo, Happiness Nyimiyimana
Templo da Verdade (Temple of Truth, Estados Unidos, 2018, 15’), de Giuseppe Boccassini
Sinopse_ Temple of Truth é um arquivo que constantemente vagueia em meio a emaranhados de mundos decadentes, experimentado como vestígios petrificados, privados e residuais, preservando no processo de levar e se transformar, um estado magmático, um estado específico, ancestral, às vezes esbranquiçado. espaço. Uma vivacidade de corpos semi-vivos, ao mesmo tempo humanos e animais, que pegam fogo em uma tourada latente e que, ao se tornar persōnae, habitam sarcófagos que se esfarelam em solo sólido como correntes de água que subitamente submergem nuvens, balançando à beira de uma vertiginoso queda de olhares noturnos no meio de poses exóticas e visões aéreas.
Equipe_
Realização: Giuseppe Boccassini
CFA International Media Mixer 2018
Som: Alex Inglizian
A Bala de Sandoval (La Bala de Sandoval, Equador, 2019, 17’10’’), de Jean-Jacques Martinod
Sinopse_ Isidro trilha pela floresta enquanto ele e seu irmão se lembram dos momentos em que se viu frente a frente com a própria morte.
Equipe_
Realização: Jean-Jacques Martinod
Trilha Sonora: Jean-Jacques Martinod e Alex Lane
Mar azul (Mer Bleue, Canadá, 2019, 3’50’’), de Cecilia Araneda
Sinopse_ Um caminho no tempo reflete a mudança das estações e a evanescência do amor. Mer Bleue foi filmado em 16mm e em vídeo no pântano de turfa Mer Bleue em Ottawa, Canadá.
Equipe_
Direção: Cecilia Araneda
Roteiro: Cecilia Araneda
Fotografia: Cecilia Araneda
Edição: Cecilia Araneda and Chad Tremblay
Som: Chad Tremblay
Produção: Cecilia Araneda
TECER AS LINHAS DO MUNDO: POESIA VISUAL E ABSTRAÇÃO
Clinamen (Argentina, 2019, 3’), de Carla Porroni
Sinopse_ Curta-metragem experimental feito à mão, através da pintura de películas super-8 encontradas.
Equipe_
Imagem, montagem e desenho de som: Carla Porroni
Flujo I (Argentina, 2019, 3’43’’), de Ernesto Baca
Sinopse_ Impressão dinâmica da luz, impregnada em celuloide 35mm.
Equipe_
Realização: Ernesto Baca
Flujo II (Argentina, 2018, 4’30’’), de Ernesto Baca
Sinopse_ Impressão dinâmica da luz, impregnada em celuloide 35mm.
Equipe_
Realização: Ernesto Baca
Poema Visível (Brasil, 2019, 5’36’’), de Membrana Experimental Fiat Lux
Sinopse_ Animação realizada diretamente em película 16mm, explorando a sobreposição radical de imagens e sons como recurso poético. Sem uma narrativa linear o filme desenvolve-se na relação direta entre as imagens pré-existentes na película e o fluxo plástico e sonoro. As imagens remetem a uma dança e configuram-se como fragmentos de memórias que fluem na pele do filme sob o código da colagem, linguagem tangida por tensões sinestésicas e rica em possibilidades singulares de interpretação. Poema Visível inspira-se livremente na obra “Une Semaine de Bonté” do artista surrealista Marx Ernst.
Equipe_
Direção: Leila MonségurDesign & Animação: Leila Monségur, Rômulo Alexis
Trilha Sonora: Rômulo Alexis
Edição: Leila Monségur
Produção: Membrana Experimental Fiat Lux
Nostalgia Mar (Paraguai, 2018, 3’10’’), de Dave Walls
Sinopse_ Um filme experimental que explora a nostalgia de um forasteiro no exílio.
Equipe_
Realização: Dave Walls
Spectrum (Bélgica, 2019, 3’24’’), de Jeroen Cluckers
Sinopse_ Uma gravação de timelapse de 1963 mostra os efeitos da poluição do ar durante um dia inteiro na baía de Santa Monica, em Los Angeles. A interpretação de uma máquina de uma versão instável do arquivo original é dividida em fendas e reorganizada no tempo, dando origem a um panorama temporal que espelha um futuro abstrato e incerto à nossa frente, devido às mudanças climáticas.
Equipe_
Realização: Jeroen Cluckers
O último dia da borboleta lua (Le dernier jour du papillon lune, Canadá, 2019, 4’52’’), de Guillaume Vallée
Sinopse_ Uma mariposa-luna está morrendo sob os olhos de uma criança. Do ponto de vista do inseto, ouvimos a criança se perguntar sobre a morte, o pós-morte e efemeridade, na forma de um monólogo inspirado por Cioran.
Equipe_
Realização: Guillaume Vallée
Voz: William Vallée
Música: Hazy Montagne Mystique
Distribuição: Vidéographe
Dança de um Humilde Ateísta (Dance of a Humble Atheist, Singapura, 2019, 17’30’’), de Hun Ping Toh
Sinopse_ Uma jornada existencial de imagens semi-abstratas inspiradas nas ruminações pessoais do cineasta sobre morte, fé espiritual, natureza e cosmos. Do funeral de um ser moribundo, uma maravilhosa cornucópia após a vida, para uma revolta fosfórica da consciência. Este filme foi criado inteiramente através de animação quadro a quadro, usando digitalizações de mais de seiscentos relevos esculpidos individualmente em cerâmica, produzidos no Pinch Ceramics Studio (Singapura). A trilha sonora do filme apresenta músicas improvisadas por Dharma (da banda de Singapura The Observatory) em guitarra, efeitos e objetos, e Hun Ping em percussão em cerâmica.
Equipe_
Direção e Artista de Cerâmica: Toh Hun Ping
Orientador de Produção (Cerâmica): Tricia Lim (Pinch Ceramics Studio, Singapura)
Trilha Sonora (guitarra elétrica, efeitos e objetos): Dharma
Trilha Sonora (percussão cerâmica): Hun Ping
Trilha Sonora (mixagem e masterização): Victor Low
Trilha Sonora (local de gravação): Black Axis (Singapura)
INVENÇÃO DE LINGUAGENS E POÉTICAS DA MATERIALIDADE
Retrato de uma Nação (Portrait of a Nation, Canadá/México, 11’), de Victor Arroyo
Sinopse_ A pintura de paisagem no México costumava atuar como um mecanismo de subjugação colonial, perpetuando os valores artísticos e históricos eurocêntricos. José Maria Velasco é considerado um dos artistas mais influentes que fez da geografia mexicana um símbolo de identidade nacional através de suas pinturas de paisagens. As paisagens pastorais de Velasco retratam adequadamente a subjugação e a violência colonial como instrumentos normalizados de desapropriação. Retrato de uma Nação examina as paisagens pastorais de José Maria Velasco como instrumentos de vigilância e violência colonial. Ao refotografar as pinturas de paisagens de Velasco com uma câmera de vigilância e encená-las com a colaboração dos indígenas Purhépecha no México, este filme aborda as complexidades da geografia política da raça no México, tornando a pintura de paisagem e as tecnologias de vídeo como montagens de vigilância.
Equipe_
Realização: Victor Arroyo
Refotografia: Oswaldo Toledano
Som: Christian Olsen
Senhor Bailey (Sir Bailey, Canadá, 2018, 7’54’’), de Matthew Ripplinger
Sinopse_ Um retrato do velho amigo do cineasta. O estado de decadência do filme simboliza o sofrimento de câncer ósseo de Bailey, que consiste em emulsão fotográfica caseira, impressão por contato e reticulação. Senhor Bailey embarca em uma jornada existencial através de planos fotoquímicos durante seu último dia de vida.
Equipe_
Realização: Matthew Ripplinger
Paralelo|Eixo (Parall|Axe, França, 2018, 6’33’’), de Maxime Hot
Sinopse_ “Parallax, um termo derivado do grego παράλλαξις, significa “deslocamento contíguo”. Na óptica, a paralaxe é um dos principais índices que permitem a percepção de profundidade. Na psicologia, paralaxe é uma modificação da subjetividade, a diferença de percepção da mesma realidade. Diz-se que um sujeito é paralaxe quando percebe uma realidade ou um estado num sentido diferente e consegue decantar de sua própria percepção para construir um novo sentido da mesma realidade. No mundo do cinema, a paralaxe é usada como um efeito que marca o contraste entre o assunto e o fundo (background). Para isso, realizamos um movimento de câmera, um travelling na maioria das vezes.
Equipe_
Direção e Montagem: Maxime Hot
Uma velocidade mais lenta da luz (A slower speed of light, Reino Unido, 2019, 5’56’’), de Stuart Pound
Sinopse_ A luz é interrompida por um pedaço de filme antigo de 16 mm visto sob um microscópio e é refletida na superfície das cores do arco-íris. Um software simula a erosão química do filme.
Equipe_
Imagem: Stuart Pound
Música: Rémy Couvez
Lamber Cada Gota (Lick Every Drop, Argentina, 2019, 6’07’’), de Moira Lacowicz e Leonardo Zito
Sinopse_ Em 2015 foi encontrado na rua quatro carretéis de 8mm de filmes pornográficos dos anos 60. Em 2019 os intervimos com ácido sulfúrico e soda cáustica. A emulsão se contrai e expande, os corpos se derretem até desaparecerem por completo.
Equipe_
Imagem e Som: Moira Lacowicz e Leonardo Zito
Insonoro (Unsound, Estados Unidos, 2019, 3’54’’), de Vivian Ostrovsky
Sinopse_ Um russo pode dizer: “Eu ouço o cheiro …”. Um maestro tem uma visão do som de uma sinfonia. Jean-Luc Godard “ouve a luz”. E num filme mudo será que o espectador pode ver o som? Insonoro é uma vívida e estrondosa montagem de imagens de arquivo e contemporâneas refletindo sobre o passado e a presença da trilha sonora da mídia filme.
Equipe_
Imagem: Vivian Ostrovsky
Montagem: Ruti Gadish
Juno, (México, 2017, 4’30’’), de Mariana Dianela Torres
Sinopse_ Uma viagem sensorial registrada com diferentes suportes. Como exploração formal, procuramos trabalhar com diferentes texturas: do terreno ao espacial. Juno é filha de Saturno, esposa e irmã de Júpiter. Júpiter é um planeta coberto de nuvens e Juno é a sonda que foi colocada em sua órbita para descobrir seus mistérios. A NASA divulgou sons de sonda e foram usados por Edgar Mondragón para a criação da trilha sonora. Da mesma forma, material de imagem adicional da NASA (Júpiter, a lua e os anéis de Saturno) foi usado como parte da montagem.
Equipe_
Realização: Mariana Dianela Torres
Trilha sonora: Edgar Mondragón
Imagens adicionais: NASA
Vazios Habitados (Brasil, 2018, 21’04’’), de Duo Strangloscope (Cláudia Cárdenas & Rafael Schlichting) + Felipe Vernizzi + Rodrigo Ramos
Sinopse_ Vazios Habitados busca descrever os questionamentos dos atravessamentos da matéria/corpo da paisagem, da luz e do som da natureza e suas reverberações sobre outras paisagens utilizando técnicas de projeções de imagem e som de um espaço sobre o outro ao invés da clássica fusão na edição. Esta solução técnica expande o campo imagético e sonoro em busca do sensível e do intransfigurável.
Equipe_
Realização: Duo Strangloscope + Felipe Vernizzi + Rodrigo Ramos
ENGAJAMENTOS CINEMATOGRÁFICOS
Lugar Fóssil (Argentina, 2019, 15’), de Florencia Levy
Sinopse_ Lugar Fóssil constrói um cenário de uma narrativa distópica, baseada em diferentes testemunhos sobre fenômenos ambientais e econômicos dos últimos 40 anos em diferentes cidades da China, criando assim uma camada invisível de significado e representação; induzindo um estímulo a pensar que algo urgente está acontecendo.
Equipe_
Direção: Florencia Levy
Produção: Lelio Heber Defelice
Edição: Florencia Levy
Imagem e Som: Florencia Levy
Narração: Josefina Tai e Ezequiel Tzeng
Mais triste que chuva num recreio de colégio (Brasil, 2018, 14’), de Lobo Mauro
Sinopse_ A reforma superfaturada do Maracanã para a Copa de 2014. A Reforma Trabalhista de 2017 para a superfartura do empresariado. A Copa do Mundo no Brasil, a World Coup.
Equipe_
Direção, Roteiro, Produção, Edição e Edição de Som: Lobo Mauro
Direção de Produção: Bárbara Tavela e Roberto Robalinho
Produção Executiva: Aurélio Aragão e Roberto Souza Leão
Direção de Fotografia: John C.M.
Desenho Sonoro e Música Original: Luiz Docarmo
Mixagem de som: Damião Lopes
Empresa produtora: Rocinante
Campo do Infinito (Field of Infinity, Grã-Bretanha, 2018, 5’22’’), de Guli Silberstein
Sinopse_ Inspirado pelas pinturas do Renascimento italiano e pelas transmissões de notícias contemporâneas dos protestos de Gaza na fronteira com Israel – o trabalho processa gestos e figuras humanas na paisagem em uma disputa escura e colorida. Seguindo o conceito de Deleuze e Guattari de ‘Plano de imanência’, o trabalho visa abrir uma série de reflexões, incluindo preocupações com a imagem política, imagem do político, política da imagem e imagem da imagem.
Equipe_
Realização: Guli Silberstein
Uróboros (México, 2018, 8’58’’), de Antonio Arango
Sinopse_ Baseado em textos de Nietzsche sobre o Eterno Retorno, o filme reflete, particularmente o massacre de estudantes de 1968 em Tlatelolco, na Cidade do México. Também aborda os estudantes desaparecidos de Ayotzinapa, os olhares e as respostas como nossa História oficial em nome de nossos representantes.
Equipe_
Direção, Roteiro, Fotografia, Design de Som: Antonio Arango
Imagens Adicionais: Filmoteca -Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM)
Apoio da Cátedra Ingmar Bergman de Cinema e Teatro – UNAM
Dança Fantasma (Ghost Dance, Grã-Bretanha, 2019, 5’), de Emilia Izquierdo
Sinopse_ Dança Fantasma utiliza como base as filmagens de Thomas Edison – Sioux American Indian ‘Ghost Dance’ (1894), filme que explora a dança como protesto, a dança como uma forma de resistência contra a injustiça e a imposição de poderes estrangeiros. A dança é usada como resistência contra os colonos brancos na América do Norte e também como protestos de danças em Gaza, África do Sul, Peru, Jerusalém, Armênia, entre outros países. O filme explora o poder, a resistência e o choque de culturas usando animações desenhadas à mão e imagens de arquivo, combinando desta forma o toque tátil e o digital, explorando assim o cósmico, o mágico, a tecnologia e a política.
Equipe_
Realização: Emilia Izquierdo
Em Guerra com o Céu (At War With the Sky, Estados Unidos, 2018. 10’), de William Randall
Sinopse_ Em Guerra com o Céu recorre aos documentários do coletivo Ogawa Pro para refletir sobre a emergência climática. Este ensaio começa com os agricultores protestando violentamente contra a construção do aeroporto de Narita. A partir daí, considera o papel do cineasta, o dever do espectador e protesta contra uma ameaça global que desafia a imaginação.
Equipe_
Direção, Roteiro, Montagem e Narração: William Randall
Material de Arquivo: Ogawa Pro
Rasga Mortalha (Brasil, 2019, 13’), de Thiago Martins de Melo
Sinopse_ Rasga Mortalha parte da lenda da coruja “Suindara” — muito contada no folclore do Norte e Nordeste — para abordar as urgências sociopolíticas do país. Crê-se que o aparecimento de seu vulto branco, seguido do grito selvagem — que lembra o som de um pano sendo rasgado ao meio —, traz consigo o signo da morte. Como vetor metafórico para pensar, e também transcender, uma visão fatalista da história do Brasil, o artista se vale dessa tradição popular para cruzar séculos de acontecimentos públicos com memórias, referências e imaginações pessoais, criando uma narrativa carregada e cortante.
Equipe_
Realização: Thiago Martins de Melo
SESSÃO ESPECIAL
Memento Stella e as sensações do abstrato
Um dos estilos mais requeridos pelo cinema de vanguarda e/ou experimental se refere à abstração. Por meios próprios, artistas e cineastas vem criando ao longo do último século explorações desse complexo jogo visual. As obras exploram questões referentes à experiência estética, à lógica da sensação, à duração das imagens, à percepção e à própria coloração, radicalizações desses tratamentos em comparação com outras mídias e formas artísticas. Mesmo antes das vanguardas históricas da década de 1920, autores ligados ao Futurismo italiano já argumentavam e recorriam a essa vertente de expressão. Bruno Corra, um dos idealizadores desse movimento, escreveu um manifesto sobre o tema – Cinema abstrato: música cromática (1912), em que valoriza experiências que lidam com a noção de sinfonia cromática. Outro artista que rapidamente reconheceu o potencial desse tipo de filme foi o pintor russo Léopold Survage, autor do artigo O ritmo colorido (1914). Neste ensaio, defende a ideia de como o cinema abstrato expressa de melhor maneira os nossos sentimentos do que a pintura.
O trabalho do cineasta japonês Takashi Makino é um dos melhores exemplos de abstração contemporânea. Por meios analógicos (16mm e Super-8) e digitais, este realizador vem criando uma filmografia consistente referente a esse estilo. Nas duas últimas décadas, realizou aproximadamente 40 curtas-metragens. Memento Stella é o nome de seu projeto iniciado em 2016 e lançado como filme a partir de 2018. É seu trabalho de mais longa duração até então, uma das obras experimentais que mais tem transitado pelo circuito de museus, galerias de arte e festivais de cinema ao longo do último ano. O título é uma frase original cunhada pelo artista, cujo significado poderia ser traduzido como “lembre-se de que somos estrelas”. É uma experiência estética intensa e radical, construída a partir de texturas, superposições e movimentos de imagens, ou nas palavras do próprio artista: “um cinema de mil camadas”. Um dos fatores interessantes de Memento Stella é compreendê-lo como parte da jornada emocional de Makino, o encontro entre sua sensibilidade e o mundo (como é o caso de elementos da natureza, reflexos d’água, florestas, entre outros aspectos de contato). Para esse artista, à abstração é menos uma categoria e mais uma filosofia de vida, uma maneira de criar um espaço pleno de liberdade. Aliás, existe uma definição melhor de cinema experimental do que essa?
Lucas Murari
Memento Stella (Japão/Hong King, 2018, 60’), de Takashi Makino
Sinopse_ Uma experiência rítmica e alucinatória repleta de antinomias estéticas e formais: em um campo visual variável, as imagens familiares emergem e se dissolvem. Estas consistem em filmagens feitas por Makino em suas muitas viagens, incluindo imagens da natureza e da civilização. Através da superposição, manipulação de quadros e exposições múltiplas, essas imagens familiares perdem sua forma e ganham um caráter onírico, enquanto sua função como referência ao mundo exterior desaparece.
Equipe_
Realização: Takashi Makino
Trilha Sonora: Reinier Van Houdt