Performance Estado de Pausa

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Apresentação_ 29/ SET | 21h30 | Cinemateca do MAM-RJ

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Estado de Pausa
de Guillermo Zabaleta. Uruguai, 2023, 8’54’’, 16mm

A inatividade é uma operação contra-hegemônica no mundo digital. Esta é uma ação de inatividade operacional em dispositivos quando estes não estão online, mas estão em pausa ativa, processando e armazenando informações que serão ativadas posteriormente. No isolamento em razão da pandemia de Covid-19, se intensificou a imposição de uma cultura do algoritmo, um panóptico informático que conecta o compartilhamento de imagens, através de ferramentas de busca, num único dispositivo sob estratégias comerciais em busca de uma mudança tecnológica que lentamente nos conduz a um pós-capitalismo. O panóptico continua a ser um exemplo bem afinado de dominação, embora não mais físico.

A investigação relacional ocorre a partir da materialidade da película 16mm, que desta forma busca questionar e subverter as práticas digitais. A fisicalidade subverte os modos de criação e a poética que ela implica, da abstração à metáfora, não focando em um relato, mas sim em um olhar ampliado para o poético. Para além de um roteiro, para além do cinema como experiência industrial, este trabalho propõe um resgate do conceito Hollywood-indústria-distribuição-produção que busca torná-lo visível por meio da experimentação, intervindo nesse circuito, questionando-o e politizando-o. A obra reúne metáforas visuais com material fílmico, órfão, encontrado, descartado, afetado pelo tempo e intervencionado, e um registro baseado em uma ação cinematográfica.

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Sobre x artista

Guillermo Zabaleta (Montevidéu, 1965) é artista visual, ator e professor de cinema.

Como artista, formou-se na oficina de Enrique Badaró e na Fundación de Arte Contemporáneo, entre outros. Desde 2009 coordena o Laboratorio Fac, tendo desenhado um programa de formação com perspectiva pedagógica que articula projetos coletivos, colaborativos, participativos e comunitários.

Seu trabalho surge da interseção entre as artes cênicas e as visuais: a performance, as ativações teatrais, a dança, os espaços públicos, a reflexão da ação, a fotografia e o cinema expandido. É na pesquisa e na prática de técnicas expandidas que surge um interstício no qual o artista verifica um estudo da espacialidade. É no trabalho com arquivos fotoquímicos e seus possíveis usos artísticos que Guillermo encontra a peça mais importante do quebra-cabeça de sua formação.