PALESTRA Investigando o movimento: riscar a imagem e fazer cinema – a intervenção direta na película na criação de imagens fílmicas, a magia do cinema sem câmera na prática experimental, com Cristiana Miranda
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07/OUT | 20h_ CCSP
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Essa palestra busca discutir as possibilidades visuais da imagem em movimento através de elementos básicos do cinema: a sucessão das imagens e a materialidade do suporte fílmico. Sem a intermediação da câmera de filmar, a discussão investigará a criação de imagens intervindo diretamente sobre a película 16mm, de maneira a experimentar a corporalidade do desenho e do filme, assim como as possibilidades de ritmo e ilusão de movimento na criação cinematográfica. Durante a conversa serão analisadas obras de artistas que utilizaram essa técnica ao longo da história do cinema experimental: Len Lye, Norman Maclaren, Harry Smith.
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Nos últimos vinte anos houve um ressurgimento de práticas de criação de imagens cinematográficas a partir de uma intervenção direta na película 16mm. Num momento em que a tecnologia da imagem digital se tornou o padrão da indústria audiovisual e as câmeras de filmar invadiram a vida cotidiana, os artistas se voltam para práticas artesanais de criação de imagens que utilizam a materialidade do filme com liberdade inventiva e poética, voltando-se para os princípios básicos da imagem em movimento de forma renovada e como uma crítica à padronização da indústria cultural.
As práticas de intervenção direta na película 16mm trazem consigo uma estética do materialismo (Knowles, 2023). Essa estética investiga a materialidade da superfície fotossensível e da projeção, voltando-se para o passado em busca de melhor compreender seu lugar no futuro, afirmando o aspecto histórico da tecnologia cinematográfica e as diferentes formas de visão que ela suscita.
Esses filmes possuem no seu conjunto aspectos de caráter artesanal e processual, onde muitas vezes o gesto vale mais do que a imagem. O caráter artesanal os afasta dos padrões industriais do cinema comercial, dando a esses filmes uma grande liberdade e independência técnica. Esculpir a imagem sobre a superfície laminar da película cinematográfica é uma prática criativa que solicita a presença ativa do corpo do artista, independente de suas habilidades pictóricas. Trata-se de agir em colaboração estética com os elementos básicos da imagem em movimento, a repetição da imagem, a transmissão da luz através das transparências do filme, a criação do movimento pela persistência da projeção. Quanto ao aspecto processual, trata-se de um conceito caro ao cinema experimental por estar relacionado à tradição de acolher o imprevisível presente na experiência de criação da imagem, o desconhecido que surge na manipulação de sua materialidade sem expectativas ou exigências prévias.
O cineasta experimental contemporâneo que utiliza a película em suas práticas de criação a compreende como um corpo vivo. Um corpo que vive e morre, sobre o qual o artista inscreve seu gesto, sua experiência de imagem. A inscrição direta sobre a matéria do filme articula o trabalho do artista com um sistema mais amplo de forças, onde a matéria animada e inanimada, o humano e o não-humano, dialogam de forma constante e sem hierarquia.
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WORKSHOP “Investigando o movimento: criação de imagens fílmicas pelo processo de intervenção direta na película 16mm”,
com Cristiana Miranda
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08/OUT | 18h_ CCSP
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O workshop é um desdobramento da palestra de mesmo nome, na qual os participantes poderão colocar em prática os conceitos e técnicas apresentados.
Primeira parte: realização do trabalho sobre a película 16mm feito individualmente por cada participante através de um conjunto de técnicas.
Segunda parte: visionamento do trabalho realizado, finalização e edição das imagens a serem projetadas em um filme coletivo.
O workshop conta com vagas limitadas. As inscrições foram abertas até 30/09/2023, em
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PALESTRA_ 07/OUT | sábado | 20h às 22h
WORKSHOP_ 08/OUT | domingo | 18h às 22h