22 setembro
quinta-feira
ABERTURA
sePtember
22THURSDAY
OPPENING
Classificação Indicativa: Livre.
Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
(Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, RJ)
17h30_ pequenas notas sobre pequenos gestos uma seleção de filmes contemporâneos em super 8 do Brasil
5:30PM_ small notes on small gestures a selection of contemporary films in super 8 in Brazil
Curador Convidado Invited Curator:
Tetsuya Maruyama
PROGRAMA EXIBIDO EM SUPER 8
PROGRAM SCREENING IN SUPER 8
Em um mundo em que Grandes Gestos (com G maiúsculo) tal como ir para Marte é celebrado nas Grandes Mídias, pequenos gestos como colecionar cadáver de inseto, deixar o filmeimergir-se no oceano, e andar com um guarda-chuva rasgado, podem servir como um ponto de deslocamento?
Esta seleção de filmes, feitos por artistes-cineastes (com a-c minúsculo) de vários cantos do Brasil, proporciona tempos-espaços fragmentados para celebrar pequenos gestos in-situ. Uma chamada-ritual à ancestralidade, natureza-cultura apropriada/escavada do crânio da Terra Mãe, um gesto próprio de artiste de se relacionar com o suporte fílmico, reencarnação efêmera de humanos e não-humanos. A maioria dos trabalhos, senão todos, foi revelada e revivida pelas próprias mãos des artistes.
Todos os filmes do programa serão projetados no formato original: película de super 8. São cópias únicas por sua natureza. A presença de projecionista faz a parte crucial da experiência efêmera. O programa tornou-se possível por uma rede de confiança des artistes emprestando seus filhos únicos. Super 8 era, e ainda é, o menor formato perfeito para um experimento equívoco de cada artiste. Aqui, equívoco não significa erro, o erro é livre, e ele nos abraça e direciona. Diferente de bitolas maiores como 16mm e 35mm, este pequeno formato amador (no sentido fiel da palavra; quem ama) não passava pela censura durante a ditadura militar por sua característica amadora (com a minúsculo). É pertinente refletir sobre a produção artística em super 8 no Brasil nos dias de hoje, ainda mais com a influença(er) sombria de Grandes Poderes Midiáticos e Capitalísticos.
In a world in which Grand Gestures (with a capital G), like going to Mars, are celebrated in the Great Media, can small gestures like collecting an insect corpse, letting a film sink into the ocean, and walking around with a torn umbrella serve as a point of dislocation?
This selection of films, made by artists-filmmakers (in lowercase a and f) from many corners of Brazil, provides fragmented time-spaces to celebrate small gestures in situ. A ritual-calling to ancestrality, natureculture appropriated/excavated from the Mother Earth’s skull, an artist’s own gesture of relating to the filmic support, the ephemeral reincarnation of humans and non-humans. Most of the works, if not all, were developed and relived by the artists’ own hands.
All the films in the program will be projected in their original format: super 8 film. They are unique copies by nature. The presence of the projectionist is a crucial part of the ephemeral experience. The program was possible because of a network of trust between artists lending their only children. Super 8 was, and still is, the smallest perfect format for each artist’s equivocal experiment. Here, equivocal doesn’t mean mistake, the error is free, and it embraces and guides us. Unlike larger gauges such as 16mm and 35mm, this small amateur format (in the true sense of the word; those who love) did not go through censorship during the military dictatorship because of its amateur characteristic (in lowercase). It is pertinent to reflect on the artistic production in super 8 in Brazil nowadays, even more with the somber influence(er) of Great Media and Capitalist Powers.
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de Moira Lacowicz. Brasil, 2022, 3’, dupla-projeção super 8
de Nikolas Candido. Brasil/Suiça, 2022, 5′, super 8
de Mateus Rosa. Brasil, 2018, 3’, super 8
de Lígia Teixeira & Francisco Benvenuto. Brasil, 2021, 4’, super 8
de Rodrigo Faustini. Brasil, 2022, 3’, super 8
de Coletivo Atos da Mooca. Brasil, 2017, 6’, super 8
de Duo Strangloscope & Ángel Rueda. Brasil, 2016, 5,
dupla-projeção super 8, silencioso
de Helder Martinovsky. Brasil, 2022, 3’, super 8
de Rosana Cacciatore. Brasil, 2022, 3’, super 8
de Natália Poli. Brasil, 2022, 3’, super 8
de Tetsuya Maruyama. Brasil, 2021, 2’, super 8
18h30_ Natureza Expandida
+ Lançamento do livro “Expanded Nature – Écologies du cinéma expérimental”, organizado por Elio Della Noce e Lucas Murari – Editora LightCone
6:30PM_ Expanded Nature
+ Book release “Expanded Nature – Écologies du cinéma expérimental”, organized by Elio Della Noce e Lucas Murari – Publishing Company LightCone
Duas trajetórias aparentemente distantes se entrecruzaram na década de 1960: as novas possibilidades de produção e exibição de imagens em movimento (com o surgimento do Expanded Cinema) e a esfera do mundo natural. Essa colisão de destinos artísticos e ambientais afetou diretamente o trabalho de artistas e cineastas daquele contexto em diante.
Enquanto nossa era atual é marcada pela extensão das ações humanas sobre o restante do planeta (Antropoceno), alguns realizadorxs se envolveram – e ainda envolvem – em práticas ecológicas que buscam o descentramento do privilégio atribuído aos humanos. O cinema experimental, nesse sentido, é pensado como um dos meios de abertura à pluralidade dos viventes, de conceber o mundo como uma rede interconectada, de trazer à luz uma teia entre agentes humanos e não humanos.
É o caso de colocar flores na película, de enterrar o filme, inventar dispositivos de observação, deixar a câmera ser afetada por forças naturais, engajar o corpo que filma em uma relação simbiótica com o ambiente, reconstituir ecossistemas na projeção, entre outros procedimentos artísticos. Nesse sentido, tais recursos – ecológicos – constituem formas de prática e engajamento que despertam um outro tipo de sensibilidade graças a agenciamentos e vínculos cooperativos, remodelando não só o modo de fazer, como a própria economia da realização de um filme.
Este programa de filmes apresenta um recorte dessa força artística e ecológica, tomando como base obras analisadas e discutidas na antologia ExpandedNature –Écologies du cinéma expérimental, organizado por Elio Della Noce e Lucas Murari (Ed. LightCone, 2022), livro que reúne 22 colaboradores internacionais sobre o assunto.
Two apparently distant trajectories intersected in the 1960s: the new possibilities of producing and displaying moving images (with the emergence of Expanded Cinema) and the sphere of the natural world. This collision of artistic and environmental destinies directly affected the work of artists and filmmakers in that context and onwards.
While our current era is marked by the extension of human action over the rest of the planet (the Anthropocene), some filmmakers have engaged – and still engage in ecological practices that seek to decenter the privilege assigned to humans. Experimental cinema, in this sense, is thought of as a means of opening up our perception to the plurality of the living, of conceiving the world as an interconnected network, of and bringing to light a web between human and non-human agents.
It is a case of putting flowers on the celluloid, burying the film, inventing observation devices, letting the camera be affected by natural forces, engaging the body that films in a symbiotic relationship with the environment, and reconstituting ecosystems in the projection, among other artistic procedures. In this sense, such – ecological – resources constitute forms of practice and engagement that arouse another type of sensitivity thanks to assemblages and cooperative bonds, reshaping not only the forms of doing but also the very economy of making a film.
This program presents an excerpt of this artistic and ecological force, based on works analyzed and discussed in the anthology Expanded Nature – Écologies du cinéma expérimental, organized by Elio Della Noce and Lucas Murari (Ed. LightCone, 2022), a book that brings together 22 international collaborators on the subject.
de Daniel Steegmann Mangrané. Brasil, 2011, 4’52’’
de Rose Lowder. França, 2001, 2’
de Chris Welsby. Reino Unido, 1974, 18’
de Charlotte Pryce. Reino Unido, 2006, 4’
de Colectivo Los Ingrávidos. México, 2016, 5’
de Jonathas de Andrade. Brasil, 2016, 23’
Quinta-feira à sábado, 22 à 24 de setembro, o dia todo
Thursday to saturday, September 22th to 24th, all day
VACAS: INSUFLAÇÃO
VACHES:INSUFFLATION,
de Jean-Michel Rolland. França, 2021, 2’16’’
VACAS: TRANSPORTE
VACHES:TRANSPORT,
de Jean-Michel Rolland. França, 2021, 2’34’’
VACAS: DÉCOUPAGE
VACHES:DÉCOUPAGE,
de Jean-Michel Rolland. França, 2021, 3’46’’
VACAS: DUPLICATAS
VACHES:DUPLICATAS,
de Jean-Michel Rolland. França, 2021, 2’30’’
VACAS: VESTÍGIOS
VACHES:VESTIGES,
de Jean-Michel Rolland. França, 2021, 6’50’’